segunda-feira, 15 de novembro de 2021

MODAIS DE TRANSPORTES NO COMÉRCIO INTERNO E EXTERNO FORUM AVALIATIVO PUC 2020 O Brasil é o país que tem a maior concentração rodoviária de transporte de cargas e passageiros entre as principais economias mundiais. 58% do transporte no país é feito por rodovias - contra 53% da Austrália, 50% da China, 43% da Rússia, 32% dos EUA e 8% do Canadá, segundo dados do Banco Mundial (2017). A malha rodoviária é utilizada para o escoamento de 75% da produção no país, seguida da marítima (9,2%), aérea (5,8%), ferroviária (5,4%), cabotagem (3%) e hidroviária (0,7%), de acordo com a pesquisa Custos Logísticos no Brasil, da Fundação Dom Cabral. Se por um lado. essa evidente hegemonia do transporte rodoviário no Brasil revela algumas vantagens comerciais domésticas, por outro lado, expõe várias dificuldades do País se inserir internacionalmente de maneira competitiva Considerando essa informação, comente as seguintes questões: a) Descreva os fatores que contribuíram para essa hegemonia, apresentando as razões dessa condição. Motivos pelos quais o transporte rodoviário é o mais utilizado no Brasil Custos mais em conta O frete rodoviário ainda possui, mesmo com a multiplicação de pedágios, concessões e preços cada vez mais caros do óleo diesel, uma vantagem de custo considerável sobre o transporte em outros modais. Em relação à malha ferroviária, por exemplo, trens e composições até ganham vantagem no transporte de insumos e volumes gigantescos, mas quando a carga é heterogênea e fracionada, o transporte em caminhões é consideravelmente mais barato. O pequeno alcance da malha ferroviária, além disso, torna operações mais complexas problemáticas e acaba utilizando também o modal rodoviário em boa parte das transferências de carga e movimentações. Os custos de manutenção no transporte rodoviário também são consideravelmente mais baixos para o transporte rodoviário. E a despeito da falta de motoristas que aflige de tempos em tempos o segmento, alternativas limitadas como hidrovias e ferrovias, ou caras como o transporte aéreo fazem do modal rodoviário, de longe, o mais popular. Alcance do transporte rodoviário Ainda que em condições terríveis em muitos trechos, é possível dizer que muitas regiões do país somente podem ser alcançadas por meio de estradas e rodovias. Aeroportos e ferrovias levam a mercadoria apenas até determinado ponto da rota, de modo que em muitos casos a cobertura do trecho integralmente com o transporte rodoviário se mostra uma alternativa mais rápida e barata. Novas concessões rodoviárias devem oferecer melhorias em algumas rotas e, com isso, o domínio do modal rodoviário deve permanecer nos próximos anos. Flexibilidade de rotas Sem dúvida, o transporte rodoviário é bem flexível em relação aos itinerários (permitindo acesso a muitas regiões) e ágil, embora não possua grande capacidade para o deslocamento de mercadorias e pessoas. Lentidão na liberação Mesmo nos casos nos quais opções como o frete aéreo seriam mais vantajosas, a lentidão na liberação e despacho de mercadorias acaba tornando o transporte rodoviário uma opção interessante. Mercadorias podem aguardar semanas ou mesmo meses em postos de liberação, especialmente quando lidamos com comércio exterior. Mais frequente e comum, o transporte rodoviário acaba ganhando em agilidade nesses casos também. Frotas próprias Muitas empresas ainda não terceirizam totalmente suas necessidades de frete e operam também frotas próprias de caminhões – especialmente próximo às principais regiões metropolitanas. Nesses casos, melhor do que empregar outras soluções é fazer jus aos gastos com a manutenção e salários de pessoal em suas frotas dedicadas. Também é importante ressaltar que o Brasil possui muitas rodovias que conectam todas as regiões do país e, desde a década de 80, muitas delas sofreram o processo de privatização – o que melhorou a qualidade das vias. No total, são 1,8 milhões de quilômetros, onde 146 mil são de rodovias federais e estaduais asfaltadas e 54 mil dessa extensão está concentrada no sudeste do país. b) Quais seriam as vantagens no comércio doméstico? c) Quais as desvantagens para o país no comércio internacional? Muitas empresas decidem exportar a fim de crescer economicamente por meio da ampliação dos negócios e do comércio para além do mercado interno. Existem quatro tipos de exportação: 1. Direta: exportação realizada pelo próprio produtor, que fatura diretamente em relação ao importador. Para que essa atividade seja possível, é necessário que o fornecedor conheça todo o processo de exportação, como a documentação necessária, o mercado, embalagens, transações, etc. 2. Indireta: exportação na qual a venda de produtos e serviços é realizada por empresas que os adquirem para exportá-los. Nesse tipo de atividade comercial, o produtor não é responsável pela comercialização externa do produto. 3. Perfeita: a exportação é realizada sem o uso de intermédios no decorrer do processo de entrada do produto no país a qual é destinada. 4. Imperfeita: a empresa exportadora conta com uma alternativa para iniciar o processo de venda para o exterior em virtude da sua falta de experiência no comércio independente. O que é importação? Importação refere-se à atividade de compra de produtos, bens ou serviços vindos do exterior para outros países. Basicamente, é a entrada de itens estrangeiros em um determinado país. Mesmo apresentando grandes territórios e abundância de riquezas, nenhum país é autossuficiente. Dessa forma, é inevitável que os países importem itens ou mercadorias os quais não são capazes de produzir. Essas importações podem ser realizadas com o objetivo de abastecer setores industriais com matérias-primas, bens e serviços, viabilizar pesquisas ou abastecer a população com alimentos. Leia também: Setor primário da economia O processo de importação divide-se, basicamente, em três fases: 1. Administrativa: fase de autorização para importação aplicada segundo a operação ou o tipo de mercadoria que será importado. É responsável por gerar a licença para importação. 2. Cambial: fase de pagamento ao exportador, na qual a moeda estrangeira é transferida para o exterior. 3. Fiscal: fase de desembaraço alfandegário, que corresponde ao despacho aduaneiro por meio do recolhimento de tributos. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Vantagens e desvantagens → Exportação Vantagens Desvantagens Maior produtividade do país exportador em decorrência do aumento da escala de produção. Tempo de retorno financeiro mais longo, visto que as primeiras exportações podem não ser tão satisfatórias quanto a empresa esperava. Redução da carga tributária em virtude da compensação do recolhimento dos impostos internos. Em decorrência das grandes diferenças culturais, é necessário um maior cuidado com as mercadorias que serão exportadas a fim de que elas cheguem em perfeito estado. Aperfeiçoamento das empresas que exportam ao antecipar tendências do mercado, visto que precisam atender às normas e aos padrões internacionais. Se empresa não apresentar um grupo qualificado de funcionários, que falem outros idiomas, por exemplo, o comércio exterior pode ser um pesadelo. Fortalecimento da empresa, tornando-a referência nacional para outras que pretendam aventurar-se no mercado externo. Greves fiscais ou outros obstáculos podem dificultar ou atrasar as exportações, trazendo grandes prejuízos tanto ao exportador quanto ao importador. → Importação Vantagens Desvantagens Vantagem cambial quando a moeda do país importador é mais valorizada que a moeda do exportador. Se houver atrasos no período de entrega dos produtos importados, o país importador pode ter prejuízos. Oferecimento de estímulos do Governo Federal, no caso do Brasil. A falta de planejamento pode trazer falhas relacionadas à quantidade de produtos comprados. O período de importação é, normalmente, inferior ao período que se leva para produzir o produto importado. A falta de confiança entre importador e empresa exportadora pode gerar conflitos e prejuízos, principalmente, para quem está importando produtos. Redução de custos com produção e mão de obra. O Brasil exporta produtos para países como Estados Unidos, China, Argentina. Exportação e importação no Brasil O Brasil representa a 24ª maior economia exportadora do mundo. No ano de 2016, o país exportou cerca de 191 bilhões de dólares e importou 140 bilhões de dólares, resultando em um saldo comercial positivo de 50,7 bilhões de dólares. As exportações realizadas pelo Brasil são destinadas, principalmente, a países como China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Alemanha. Atualmente, o país consolida-se como o maior exportador mundial de carne bovina, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). No ano de 2018, as exportações da proteína alcançaram 1,64 milhões de toneladas, a maior marca já alcançada pelo país. Em 2010, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil foi o terceiro maior exportador agrícola do mundo. Os principais produtos exportados pelo Brasil são: Soja US$26,7 bilhões (2018) Açúcar US$10,8 bilhões (2016) Minério de Ferro US$14,1 bilhões (2016) Óleos de petróleo US$9,6 bilhões (2016) Saiba mais: Economia açucareira Em relação às atividades importadoras, no mês de janeiro de 2019, as importações brasileiras somaram US$ 14,201 bilhões. Entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018, as importações realizadas pelo Brasil somaram US$ 152,753 bilhões. Entre os principais países que exportam para o Brasil, podemos citar os Estados Unidos, China, Alemanha, Argentina e Nigéria. Os produtos mais importados pelo Brasil, além dos petrolíferos refinados, que representam cerca de 5,18% das importações brasileiras, são: Peças de veículos US$4,89 bilhões (2016) Medicamentos embalados US$3,31 bilhões (2016) Telefones US$3,14 bilhões (2016) Carros US$2,97 bilhões (2016) O que é melhor para um país: exportar ou importar? Exportação e importação são importantes atividades comerciais que estabelecem a dinâmica econômica de diversos países. Embora possam apresentar desvantagens, ambas são necessárias, já que atendem aos privilégios e deficiências do país. Quando nos referimos à balança comercial, obviamente, espera-se que ela seja positiva, ou seja, que o país exporte mais do que importe. Isso não significa, contudo, que a importação seja negativa, já que essa é uma forma de atender às necessidades em relação às mercadorias ou serviços que não são produzidos pelo país. Leia também: Economias regionais brasileiras
Sustentabilidade: a prática que só gera vantagens Compreenda a sustentabilidade também como uma alternativa de fortalecimento para a sua marca e redução de custos, além dos benefícios para o meio ambiente Sustentabilidade A sustentabilidade não é discutida apenas porque está na moda ou porque é novidade: é uma necessidade. Ainda assim, ela passa despercebida na vida de muita gente. Adotar medidas sustentáveis vai muito além da nobre escolha de proteger o meio ambiente. É porque a sustentabilidade social pode ser, ainda, um meio para a redução dos custos de produção e do valor final dos produtos e, principalmente, para o fortalecimento da marca. Independentemente de a consequência positiva para a empresa ser o motivo da escolha ou não, o meio ambiente agradece. Até porque o impacto ambiental provocado pela ação industrial é uma pauta recorrente, assim como a busca por atitudes que evitem ou ajudem a reduzir as suas consequências. Mudança necessária Se, por um lado, o empreendedor está buscando ou deveria encontrar soluções sustentáveis para o seu negócio, por outro, o consumidor está cada vez mais exigente: aumenta a cada dia o número de consumidores conscientes que optam por produtos que garantem a sustentabilidade. Além de indicar a preocupação crescente em relação ao bem-estar, à qualidade dos produtos e ao cuidado com o meio ambiente, revela-se a necessidade de mudança por parte das empresas. Por isso, movimentos importantes ocorrem no mundo todo em relação à forma como empreendedores concebem e incorporam princípios de sustentabilidade em seus negócios. Adotar medidas sustentáveis vai muito além da nobre escolha de proteger o meio ambiente. Beleza sustentável Um ramo que a cada dia se torna mais sustentável é o da beleza. Já está consolidada essa nova maneira de cuidar da aparência e da estética, que, inclusive já pode ser chamada de universo de beleza “verde” ou de beleza sustentável. Quem compra essa ideia está cuidando do corpo, da alma e também do planeta. Existem milhares de possibilidades que garantem a beleza sustentável. Salões sustentáveis são aqueles que adotam desde a instalação de painéis solares até a utilização somente de produtos não testados em animais. Nada mal, até porque uma pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 41% dos brasileiros “discordam plenamente” dos testes. Aprenda com o exemplo Chic Coiffeur A criatividade é sempre uma boa aliada. Não é de agora que a rotina do salão de beleza Chic Coiffeur, de Natal (RN), é sustentável. A proprietária, Fabiana Gondim, chegou a criar um método inovador para garantir a sustentabilidade do seu negócio: chamado de HairSIZE, mede a quantidade de produto a ser utilizado nos cabelos de clientes, analisando o comprimentos dos fios. O método, que evita excessos de produto no cabelo, também ajuda a diminuir o desperdício de cosméticos, de embalagens e, ainda, o consumo de água utilizada nas lavagens. Além disso, no Chic Coiffeur não se usam sprays para unhas e cabelos, pois são produtos que contém CFC, um gás altamente tóxico para os funcionários, clientes e meio ambiente. A energia solar, a coleta seletiva e a destinação correta dos resíduos também fazem parte do dia a dia do empreendimento. Cativa Natureza A empreendedora Rose Bezecry adota medidas sustentáveis há sete anos. A Cativa Natureza, fruto dessa iniciativa, foi a primeira rede de lojas do Brasil especializada na venda de cosméticos feitos com insumos orgânicos. O portfólio de produtos, que inicialmente contava com apenas oito itens, agora já passa de 100 itens de cuidado pessoal. Os produtos são todos elaborados com insumos de origem natural e produzidos de forma orgânica, ou seja, sem o uso de nenhum tipo de agrotóxico ou fertilizante. A formulação final não permite, por exemplo, sulfatos, derivados de petróleo ou de origem animal. Segundo a empreendedora, desde que a Cativa deu início às suas atividades, o mercado de produtos naturais já cresceu de 35% a 40%. Mecânica Chiquinho A bandeira da sustentabilidade não é exclusividade de uma área. Há 20 anos, quando Francisco Severiano Alves fundou sua oficina, já sabia a importância dessas práticas e, por isso, durante uma reforma no prédio, teve a ideia de utilizar telhas translúcidas para ter mais claridade e, assim, reduzir a conta de luz quase pela metade. Além disso, a oficina possui um sistema de captação de água da chuva que garante 90% do abastecimento da oficina. A água captada é direcionada para descarga do banheiro, limpezas de peças e da oficina. Todo óleo usado é encaminhado para reciclagem, assim como outros materiais, como o papelão das embalagens e peças usadas, que são vendidos e geram receita. Rede Premialy Padaria e Lancheria A Rede Premialy Padaria e Lancheria, de Minas Gerais, há 20 anos no mercado, investe intensamente em ações sociais, culturais e ambientais. São organizadas campanhas de arrecadação de livros usados, concurso de redação para jovens e doação de presentes de Natal para crianças autoras de cartinhas divulgadas nas lojas da rede. Também são feitas coletas de pilhas, baterias e óleo de cozinha usado, por meio de coletores colocados nas padarias da rede. Quem descarta o óleo usado recebe em troca material de limpeza doado pelas empresas de reciclagem paulistas e mineiras que recebem os materiais. Além disso, sacolas retornáveis são entregues para clientes, que acumulam R$ 100,00 em compras. A ação garantiu um aumento de até 15% nas vendas. Saiba mais Segundo a Pesquisa de Sustentabilidade realizada pelo Sebrae, 18,3% dos empresários acreditam que a falta de informações sobre sustentabilidade é a principal barreira para adotar ações sustentáveis na empresa. Em seguida estão a dificuldade em encontrar parceiros para cooperação (16,6%) e o preço a pagar para adotar ações (11,2%). Como você pode ser sustentável? Sentiu falta de algo? • Clique aqui para acessar o manual Primeiros Passos para a Sustentabilidade nos Negócios, desenvolvido pelo Sebrae. • O EAD Sebrae também oferece o curso Sustentabilidade, online e gratuito.
O PAPEL DA LOGÍSTICA NA INTERNACIONALIZAÇÃO DA ZARA INDITEX Resumo Reitera-se o impacto da globalização pós Segunda Guerra Mundial na emergência de firmas multinacionais – opera-se, agora, em heterogêneos territórios fronteiriços, frente a divergentes culturas e níveis de desenvolvimento econômico. Empresas passaram a produzir mercadorias de um lado do globo e atuar no outro – elevou-se, assim, a relevância delegada à logística internacional. Afinal, frente a este contexto, como se deve posicionar uma firma no meio internacional? Que modos de entrada em cada país, de acordo com suas características em relação ao mercado natal, e que premissas devem ser utilizadas como base teórica para fins de elaboração da estratégia de internacionalização? Busca-se, por meio deste trabalho, esclarecer as estratégias logísticas de uma multinacional varejista renomada por sua competitividade baseada no tempo: como faz a Zara-Inditex, que detém de cadeia produtiva internacionalmente dispersa, para conceber novos produtos em um enxuto espaço de tempo e distribuí-los globalmente em apenas 48 horas? Qual a estratégia de inserção da empresa nos diferentes mercados nacionais, diminuindo, assim, os riscos empresariais? Se expõe, aqui, a relevância da verticalização da cadeia produtiva como alternativa à estratégia de outsourcing em paralelo àquela de core business. Afinal, fora a partir da verticalização de sua cadeia em congruência com a terceirização de produtores advindos de países nos arredores de sua sede que a Zara-Inditex desencadeou a otimização de sua logística. Finalmente, advoga-se a perseguição do Modelo de Uppsala como estratégia de internacionalização da Zara-Inditex, aumentando o comprometimento de recursos frente a diferentes contextos econômicos e culturais Qual o tipo de estratégia escolhida pela ZARA A Zara claramente utiliza a estratégia competitiva. A estratégia competitiva diz respeito às bases nas quais uma unidade de negócios pode alcançar vantagem competitiva em seu mercado. Todo o investimento em Marketing é voltado para o ponto de venda, em concordância com sua vantagem estratégica competitiva. “A proposta de valos da Inditex é “moda rápida a preços acessiveis” com uma cadeia de valor que cuida do desenho, fabricação, distribuição e venda de roupas em quase 7.500 lojas em mais de 200 países. O Modelo de Negócio da Zara É conhecido como Fast-Fashion pois se baseia em duas estratégias fundamentais: armazenar menos mercadorias e atualizar suas coleções com frequência. Desde sua fundação em 1975 na cidade de Coruña no nordeste da Espanha, a Zara trabalhou para ganhar novos clientes de praticamente todas as idades em cada continente ao redor do mundo. A Zara revolucionou o mundo da moda ao lançar um grande número de coleções a cada temporada, ao invés do tradicional lançamento de duas coleções a cada ano – uma para primavera-verão, e outra para outono-inverno – o que tem sido a norma da indústria da moda. A Zara, na verdade, criou um novo padrão para o setor porque ela desenha, produz, distribui e vende suas coleções em apenas quatro semanas; um período curto recorde para levar em consideração quando comparado aos seus concorrentes que levam muitos meses para fazer o mesmo processo. O processo-chave da Zara se baseia na habilidade de sintonizar os gostos pessoais dos clientes para oferecer a eles novos produtos antes que eles os peçam. Para fazer isso, mais de 200 designers trabalham em seu escritório central na Espanha coletando constantemente informação sobre decisões feitas em cada uma das lojas da empresa. Eles também monitoram e analisam cada tendência, que observam na ruas e em shoppings ao redor do mundo, em busca de inspiração para desenhar suas criações. Além do processo de design, a produção e logística da Zara acontece dentro da própria empresa (nada é terceirizado). A vantagem dessa abordagem é dar à Zara muita flexibilidade para adaptar as últimas preferências dos clientes. O Modelo de Negócio da Zara é uma dos melhores que a indústria varejista já viu. Enquanto a maioria dos grandes varejistas como a GAP estão lutando em muitos países onde possuem operações, o modelo de negócios da Zara está lhe dando retornos maravilhosos, com crescimento anual em torno de 20% na maior parte dos segmentos (Store X Store, QoQ etc). Mas antes de conhecer o modelo de negócio exato da Zara, nós precisamos saber sobre um conceito da indústria da moda: o FAST FASHION (semelhante ao FMCG – Fast Moving Consumer Goods – produtos vendidos rapidamente a baixo custo). A logística centralizada da Inditex. Um modelo de sucesso para chegar ao mundo inteiro Primeira varejista têxtil no mundo, a Inditex se estabelece como exemplo de negócio internacional. Com vendas em 202 mercados através de sua plataforma online e conta com 7.420 lojas em diferentes lugares da geografia mundial. Esta expansão não teria sido possível sem um sistema logístico inovador e meticuloso, que reflete um de seus principais fatores de sucesso, e com a característica de que todas as operações de distribuição e armazenamento mundiais se encontram centralizadas na sede de Galícia. Arteixo comporta o principal centro de distribuição de mercadorias, que conta com o suporte de outros treze armazéns distribuídos em várias regiões da Espanha: Barcelona, Madri, Guadalajara, León, Alicante, Saragoça e A Corunha. Toda a produção do grupo, independente do local de elaboração do produto, é recebida em uma destas plataformas logísticas centrais, todas elas próximas às sedes das oito marcas do grupo. Em efeito, a proximidade da produção é um elemento indispensável para garantir a agilidade na distribuição. A logística se complementa com outros centros de menor tamanho, localizados em diferentes países, e com operadores logísticos externos que realizam procedimentos de distribuição de volume reduzido. Os produtos chegam a cada centro logístico procedentes das fábricas dos provedores localizados em 43 países, embora 57% seja de proximidade (Espanha, Portugal, Turquia e Marrocos, (Há quatro anos, a Zara foi autuada por manter 15 trabalhadores bolivianos e peruanos em condição análoga à de escravo na atividade de costura. As oficinas subcontratadas pela marca receberam 52 autos de infração. Entre as irregularidades, foram constatadas jornada de trabalho excessiva, servidão por dívida e situação precária de higiene.) Este trabalho tem por objetivo desenvolver e expor a relação entre o modelo de mercado do Fast Fashion e a terceirização da economia de baixo custo gerando, consequentemente, a exploração da mão-de-obra nos países subdesenvolvidos. Dessa forma, o presente trabalho aborda a exploração da mão-de-obra na indústria da moda, mais especificamente no modelo de mercado da Fast Fashion, destacando os efeitos causados pela produção imediatista nos processos de confecção, distribuição e consumo. Além disso, são utilizadas a Teoria do Sistema Mundo para ilustrar os motivos pelos quais população periférica é submetida à exploração trabalhista e a razão por trás da aceitação de imposições indignas de trabalho. Ademais, estabelece-se uma correlação entre ambas fundamentações em que a Teoria em questão auxiliará no esclarecimento da cadeia produtiva do fenômeno fast fashion e sua eminente exploração trabalhista a condição análoga à escravidão.)). Os armazéns contam com enormes silos para o depósito das peças e diferenciação segundo modelo, tamanho e cor. Um complexo mecanismo automatizado permite a um mesmo centro distribuir a roupa solicitada por cada loja do mundo. Para Antonio Iglesias, diretor de Logispyme e coordenador acadêmico do Mestrado em Logística e Cadeia de Fornecimento + SAP ERP da ESIC, o principal alcance dessa engrenagem logística é, precisamente, o que tornou a empresa uma referência mundial: “a flexibilidade para se adaptar aos gostos dos consumidores em todos os países, sendo capazes de responder em um curto período de tempo a qualquer variação na cadeia de fornecimento: do design à fabricação e distribuição”. Assim, quando a loja ou o cliente online iniciam o pedido, o abastecimento acontece em um prazo máximo de 48 horas para qualquer lugar do mundo (36 horas se for território europeu). Mas, conforme as palavras de Iglesias, existem aspectos chave para que este processo logístico funcione: o controle do inventário em cada uma das plataformas e um adequado gerenciamento da informação nos pedidos dos clientes: tanto nas próprias lojas (onde o serviço de estocagem é mais simples de programar de maneira contínua) ou via e-commerce (onde são preparados maior número de pedidos, mas com menor quantidade de produto). Aposta pela Tecnológica Um dos principais trunfos da Inditex é seu investimento em inovação: nos últimos seis anos, a companhia tem dedicado 2 bilhões de euros à tecnologia e logística, tentando reforçar essa estrutura de produção e distribuição muito centralizada, para otimizar custos e gerar o menor número de desperdícios na cadeia de fornecimento. Todo o processo logístico não seria possível sem grandes sistemas tecnológicos que permitem contar com informação em tempo real. “A fim de tentar controlar um dos grandes problemas do retail, como são os inventários, é preciso possuir informação em pouco tempo para poder analisar a evolução dos dados e tomar decisões relativas aos inventários, recursos humanos ou materiais, etc.”, sublinha o professor da ESIC. Além disso, o sistema centralizado pode ser mantido graças à automatização dos processos operacionais nos armazéns e à disposição de empresas muito vinculadas em todos os processos de transporte das mercadorias. Muitas ferramentas e softwares empregados no processo logístico foram feitos sob medida, desenhados e desenvolvidos internamente. Este é o caso das áreas de multishuttle, na plataforma de Bershka de Barcelona, e no centro de distribuição de Arteixo. Segundo a explicação de Iglesias, são sistemas automáticos que servem para armazenar temporariamente e realizar o sequenciamento dos produtos entre inventário a granel e outras funções, como picking e embalagem de pedidos. Este sistema incrementa a eficiência e precisão no gerenciamento dos tempos de envio e permite dobrar a velocidade de tráfego, armazenamento e coleta das caixas. Modelo logístico da Inditex Fonte: Memória Anual 2020 da Inditex Eixo sustentável A sustentabilidade é outro dos eixos de sustentação da logística de Inditex e que está presente em todos os passos do processo: da construção e gestão dos centros logísticos ao transporte e distribuição de mercadorias. “A Inditex, como companhia que persegue uma logística sustentável, realiza o controle de custos e ao mesmo tempo busca a maneira de reduzir as externalizações, para alcançar o equilíbrio entre o crescimento econômico, o cuidado do meio ambiente e o bem-estar social”, aprecia Iglesias. Para isso, é analisado o custo logístico em termos monetários, enquanto é calculado o custo que a companhia gera em poluição do ar, ruídos, vibrações e acidentes. Nesse sentido, já foram introduzidos nas plataformas logísticas, entre outros elementos de sustentabilidade, sistemas de iluminação ecoeficiente, isolamentos térmicos e sofisticados sistemas de controle de temperatura. O transporte interno dentro das plantas é realizado mediante bicicletas e veículos elétricos e, no último ano, o grupo conseguiu que 100% da energia consumida proceda de fontes renováveis. Essa exigência ecológica é também transmitida aos provedores que trabalham com a Inditex. A densidade da embalagem de cada envio foi aperfeiçoada e otimizada a distribuição europeia com o uso da logística inversa, visando a centralização das devoluções na Espanha e evitando o retorno de caminhões vazios. Em 2019, essa melhoria nos fluxos de retorno evitou um total de 5.163 viagens, número que representou uma economia de nove milhões de quilômetros e de suas emissões associadas. Venda online no mundo inteiro Um passo a mais na expansão do negócio da Inditex, que representará um autêntico desafio para o sistema logístico do grupo, é o compromisso de que será possível comprar online de “qualquer” ponto do mundo “qualquer produto” de “quaisquer” de suas marcas para 2020, coisa que nem sequer a Amazon consegue fazer. O principal desafio logístico da Inditex é o compromisso de vender online em qualquer parte do mundo a partir de 2020 Para isso, o grupo prevê que no próximo ano todas as lojas gerenciarão um estoque integrado, idêntico tanto nas lojas físicas quanto na venda online, simplificando a cadeia logística. Então, será possível atender aos pedidos online na própria loja sem contar com outro inventário específico. Para tal, um sistema de identificação de produtos por radiofrequência (RFID) será implementado, que permitirá conhecer a localização exata em cada momento. Embora ainda não foram divulgados os detalhes concretos de todo o processo, o professor da ESIC considera que o gigante galego será capaz de consegui-lo com as soluções logísticas cada vez mais avançadas que existem e que a Inditex adapta de maneira imediata. O emprego de aviões e drones nas entregas, e as alianças com parceiros locais potentes, com grande capilaridade para garantir a entrega, serão aspectos chave. Porém, assinala duas variáveis que condicionarão o serviço: “o prazo de entrega sempre será maior nos lugares onde a companhia não conta com uma rede de lojas”; e a incidência que pode ter o custo logístico no preço da roupa (“é possível que em algumas não seja relevante, mas em outras pode representar que o Preço de Venda ao Público (PVP) não seja competitivo, questão que ficaria refletido nas vendas”). Riscos logísticos A fim de evitar esses e outros riscos, o grupo realiza análises contínuas de todos os fatores que podem influir negativamente no objetivo de obter a máxima eficiência na gestão da logística, monitorando de maneira ativa com supervisão do Comitê de Logística da companhia. Para mitigar o risco derivado da interrupção de operações por eventos alheios à Inditex (incêndios, greves de transporte e blecautes energéticos, entre outros), otimizam a dimensão e o uso de todos os centros atendendo ao volume de cada cadeia ou às necessidades específicas da área geográfica correspondente. Por isso, parte dos centros logísticos estão especializados na distribuição de mercadoria procedente de vendas online e cada armazém foi configurado para assumir a capacidade de armazenamento e distribuição de outros centros, em caso de uma situação de contingência que possa inabilitar as atividades de distribuição. Assim mesmo, a Inditex prepara ações para reduzir a exposição a esse tipo de riscos, mantendo elevados níveis de prevenção e proteção em todos os centros de distribuição, e contando com apólices de seguro que cobrem tanto os danos materiais que podem sofrer as instalações e o estoque, quanto o lucro cessante derivado de um sinistro. Além disso, em caso de riscos derivados da retenção da mercadoria durante o transporte, a Inditex possui uma rede de agentes em pontos de abastecimento e distribuição, que se unem às vias alternativas de deslocamento da mercadoria. O afloramento do comércio internacional repercutiu na respectiva diminuição das barreiras tarifárias, mas não tanto no acirramento daquelas desmunidas de valores ad valorem ou específicos. As trocas interestatais se configuram, ainda, como objeto de burocratização, reproduzindo, então, processos produtivos e logísticos não eficientes e custosos. Indagações tais como de que maneira deve-se inserir uma companhia no mercado externo e quais estratégias logísticas internacionais - da produção à distribuição - utilizar para fins de otimização de tempo e transposição dos obstáculos burocráticos e custosos se apresentam aqui como o cerne da pesquisa – não tanto quanto à nivelação de acordo com a proeminência de um método em relação ao outro, mas à como escolher tal método. Tendo em vista o prestígio da multinacional têxtil Zara – associada ao grupo espanhol Inditex – em suas operações de produção e entrega otimizadas desencadeando constantes inovações, esta se dá por elencada para fins de análise e reprodução de suas estratégias bem sucedidas. Uma vez estabelecido o supracitado desafiador e burocrático cenário externo de trânsito de produtos e diagnosticado o sucesso do grupo Inditex na aplicação de estratégias que corroboram com uma logística otimizada – dispersão de novas mercadorias em até 48 horas para qualquer país do mundo – em congruência com constantes inovações criativas no ramo produtivo, é adotado um estudo de caso para fins de reaplicação desta “afortunada fórmula”. Afinal, que métodos logísticos adotou Amancio Ortega para consolidar a Zara-Inditex como a segunda marca de roupas mais valiosa do mundo e de faixa, ainda, em 2017, alcançar o posto de indivíduo mais rico? O que faz a Zara, que, frente à uma cadeia produtiva globalizada, é reconhecida pela sua competitividade baseada no tempo? No passado, diminuíram-se as barreiras tarifárias mas aumentaram-se as burocracias impostas ao comércio internacional por todo o mundo. Afinal, nesse cenário, como uma multinacional desvia dos impostos obstáculos à sua eficiência e proatividade? Ainda, de modo mais crítico, de que maneira uma companhia internacionalizada e setorizada como comércio varejista de alta rotatividade de produtos – tal como fast fashion – se insere no mercado exterior, com uma cadeia produtiva internacionalizada, a fim de suprir a sua promessa de feedback quase que instantâneo aos novos trends da moda? Estipula-se a supremacia competitiva da varejista internacional Zara como baseada no tempo. Afinal, não é devida à sua logística verticalizada, à centralização de todo o processo criativo e distributivo em um só enorme centro logístico, à detenção de infraestruturas produtivas próprias em congruência à preferência pela contratação de fornecedores nas proximidades da sede - mesmo que mais custoso, em relação àqueles asiáticos - que a Zara logra produzir novos modelos de roupa em apenas 3 semanas e distribuí-los para qualquer lugar do mundo em apenas 48 horas? Espera-se, com este estudo, não estipular uma verdade absoluta e um método supremo de inserção internacional, mas deixar ao dispor do estrategista informações que corroborem com a sua tomada de decisão, fornecendo, ainda, um prestigiado caso verídico para posterior inspiração. METODOLOGIA É proposto adotar um viés particular às custas da descrição do objeto geral – não determina-se, aqui, a irredutível verdade, mas aquela genuína ao olhar. Emprega-se, subsequentemente, não uma rotineira investigação, desmunida de metodologias e métodos sancionados pela ciência, mas uma pesquisa científica, guarnecida de metodologia, abordagem e procedimentos. Ao somar os objetivos específicos – delimitados pelo levantamento de dados – ao objetivo geral – de esclarecimento e interpretação de fatos coadjuvantes ao sucesso Zara-Inditex –, chega-se ao produto de uma equação determinada pelas especificidades de um estudo de caso exploratório. Mas, por que tamanha delimitação do objeto de investigação? Uma vez maximizados os ganhos no mercado doméstico, a firma passaria a exportar indiretamente, passando então à subsidiárias, alcançando o ápice da internacionalização a partir da implantação de unidades produtivas no mercado externo (CARNEIRO; DIB, 2007). Portanto, o incrementalismo é um ótimo canal para que que a empresa possa aumentar gradativamente seu conhecimento sobre o mercado alvo, e, consequentemente avançar para outros modos de entrada que exigem um maior comprometimento e trazem maiores riscos. Fonte: elaborado pela autora (2018) MODOS DE ENTRADA Os fatores contextuais do mercado alvo da expansão internacional – aspectos culturais, legais, políticos e econômicos – quando colocados em paralelo àqueles do mercado natal, apresentam-se como influenciadores da escolha do modo de entrada (BHAGAT; KASHLAK; PHATAK, 2009). Cada método elencando por uma firma para sua inserção no meio– Resumo do foco de cada Teoria de Internacionalização 18 internacional é associado à diferentes níveis de comprometimento de recursos, controle de cadeia, dentre outras variáveis. Assim sendo, o tamanho do mercado alvo, sua competitividade, distância geográfica e cultural fazem parte de uma equação que resultará em um maior ou menor nível de comprometimento. Exportações As exportações podem ser subdivididas em duas categorias: diretas ou indiretas. Com relação à exportação indireta, a companhia seleciona agentes do país-sede com o intuito de lidar com o procedimento de exportação, sendo que o mesmo inclui a venda do produto, seu envio e as estratégias de marketing envolvidas. Ou seja, a empresa exportadora participa apenas da cadeia produtiva e terceiriza o restante, não modificando a sua operação e não tendo contato direto com o mercado selecionado. Seleciona-se, portanto, a não internalização da atividade exportadora, tendo em vista motivos de falta de conhecimento do mercado externo ou custos ineficientes - caso de pequenas e médias empresas. Já no caso da exportação direta, a própria empresa passa a operar o processo de exportação. Em geral, a estratégia de contract manufacturing está associada com a desverticalização da produção da empresa no país de origem e é compatível com a abordagem de core business. Neste sentido, o processo de desverticalização pode resultar em uma estratégia de outsourcing internacional, em que a empresa do país de origem terceiriza a produção do bem final e/ou de certos insumos para produtores independentes e autônomos em mercados estrangeiros. Licenciamento/franchising Uma das vertentes de acordo contratual, contratos de licenciamentos são firmados entre duas empresas, onde uma delas, detentora de know-how, tecnologia, marca forte ou outro ativo, se compromete a transferi-los à outra empresa. Licenciamento pode ser considerado uma ponte entre a exportação e a produção direta no mercado externo (BHAGAT; KASHLAK; PHATAK, 2009), uma vez que, apesar de não se comprometer diretamente, a firma acaba por exportar seus ativos intangíveis ao mercado externo de maneira produtiva. Mas, por que licenciar, e não simplesmente exportar ou partir para a produção? Como citado anteriormente, este modo de entrada acaba por diminuir os riscos, em relação à estratégia produtiva, e angariar mais retornos (uma vez que o licenciado deve pagar uma taxa à firma) ou diminuir os custos (via menores investimentos), em relação à estratégia exportadora. Nota-se, ainda, que o franchising se apresenta como uma forma de licenciamento – o que ocorre é a maior utilização da estratégia de franquia para o setor de serviços, e o de licenciamento para produtos industriais. No franchising, o franqueado do mercado externo compra o direito de utilizar a marca da firma natal, reimplantando, assim, o modelo de negócio e detendo da obrigação de utilizar determinados procedimentos e métodos que padronizam o comportamento da firma como um todo (BHAGAT; KASHLAK; PHATAK, 2009). Joint venture pode ser considerado um modo de investimento direto em outro país, pelo qual duas ou mais empresas formam uma associação, de modo a serem capazes de realizar determinado projeto. A atividade colaborativa tenciona a transferência de recursos, mesmo intangíveis, tais como tecnologia, conhecimento organizacional, comercialização e produção. Para fins de entendimento, é exemplificada uma firma internacional que almeja o fornecimento de determinado produto somente para um mercado externo em específico: assim sendo, a firma detém da possibilidade de se associar à outra do mercado alvo, facilitando a operação. Apesar de representar uma associação, a joint venture prevê que as empresas envolvidas mantenham suas personalidades jurídicas, além disso, ela presume uma associação temporária, que dura o tempo necessário para que o projeto idealizado seja concretizado. competitivamente – uma vez que de 5% à 35% do valor das vendas empresariais é direcionado à logística, configurando em torno de 12% do produto interno bruto mundial (SAKAI, 2005). O transporte de cargas inclui a decisão logística de qual modal é o mais apto de acordo com a característica do produto, das necessidades e dos custos. Pode-se selecionar entre cinco modais: ferroviário, rodoviário, hidroviário, aeroviário e dutos. Para cada caso, deve-se comparar a qualidade do transporte em compatibilidade com os requerimentos e necessidades, tendo em vista sua velocidade, consistência, capacitação, disponibilidade e frequência. A globalização desencadeou um fenômeno não de competitividade internacional entre empresas de um mesmo segmento, mas aquele de disputa de excelências entre cadeias de produção. Conclui que "a inovação atual está no gerenciamento coordenado das atividades inter-relacionadas, evoluindo do formato tradicional de segmentação das funções para a gestão integrada ou coordenação interfuncional". Um exemplo vem com a rede espanhola de artigos de vestuário Zara. Depois do 11 de setembro - que foi naturalmente uma época de luto - a empresa foi capaz de mobilizar toda a sua estrutura para, no espaço de duas semanas, lançar uma nova linha de vestuário na cor preta, que obviamente se tornou um sucesso de vendas. Afinal, o objeto de estudo é o comércio exterior, mas não seria ele inteiramente temperado pelas peripécias logísticas? 22 2.3.1 Logística Integrada Não seria, pois, atualmente, eficiência até mesmo sinônimo de flexibilidade? Como é notado, logística transpassa a noção de transporte e inventário – mas como seria ela determinante para a estratégia empresarial? Ora, como acima relatado por Sakai, não se fala mais sobre segmentação de atividades, mas sobre a inter-relação destas. A logística não muito complementará o engenho corporativo se não interligada aos demais setores. Presencia-se uma era de mudanças do comportamento social – e não somente no universo da moda, tal como atribuído ao fast fashion –, no qual o fluxo de informações é intenso e instantâneo (como sabido, até mesmo globalmente) e a obsolescência dos produtos é puxada à antecedência. Como arcar com tal fardo? Que recorra-se à logística integrada. Integrem-se as atividades de compras àquela de armazenagem, esta à produção e, sucessivamente, ao transporte e entrega do produto ao consumidor final. Assim o fazendo, integra-se não uma cadeia de processos, mas também uma cadeia de fluxo de informações. De modo resumido, advoga-se que para fins de flexibilização da cadeia logística frente às adversidades do mundo econômico (tal como flutuações de demanda), ordena-se a instantaneidade no trânsito de informações entre determinados processos empresariais – minimizando o tempo de resposta, a margem de erros e estabelecendo a companhia de maneira competitiva no mercado internacional. Desta maneira, o que passa a ocorrer não é tão somente uma competitividade de vendas entre as empresas, mas uma competitividade entre cadeias logísticas. Uma vez reconhecida a demanda por determinado produto, depara-se com o desencadeamento de um processo logístico, que detém como sua fonte de origem a solicitação de matérias-primas em congruência ao estritamente necessário à produção final. Repara-se aqui que a filosofia do JIT é fortemente embasada na minimização de estoques – tanto de insumos, quanto do produto final –, tendo em vista os seus decorrentes custos via utilização de espaços físicos e investimentos de capital, determinando um pré-requisito de proximidade entre a devida empresa e seus fornecedores em geral. Estoques minimizados não somente refletem no decrescimento do risco de custos desnecessários, como também flexibilizam a produção, ao se alicerçar em pequenos lotes e consequente enxuto lead time DESBRAVANDO O CONCEITO DE FAST FASHION Inicia-se a trajetória de estudo enquadrando e desvendando o modelo de negócio no qual a Zara-Inditex é compreendida, modelo este que impacta e direciona rigorosamente as políticas e estratégias adotadas pelo grupo espanhol. A tradução literal de fast fashion nos direciona à premissa de varejo de moda rápida, que, em contrapartida ao modelo de varejo tradicional (o qual abastece o mercado em paralelo à emergência das estações, se embasando em um ciclo de produção e venda de 24 meses), ordena a sua oferta em minicoleções atemporais – mas congruentes com as últimas tendências de styling –, configurando alta rotatividade da cadeia de produção, baixos estoques e rápida margem de resposta aos anseios dos consumidores em relação aos últimos trends. É curioso notar a relação desta nova estratégia mercadológica com a ocorrência de um fenômeno internacional de alto impacto em inúmeras outras esferas que não a da moda – a crise do petróleo de 1970. Como forma de suplantar os efeitos adversos implantados pela crise, as varejistas têxteis se reinventaram ao estabelecerem um sistema de alta rotatividade, florescendo o escoamento da produção que encontrava-se estagnada. Bibliográfia www.repositorio.ufs.br www.logisticaegestao.com www.hrmlogistica.com.br www.analistamodelosdenegoios.com.br www.administradores.com.br www.mapfreglobalrisks.com www.anpad.org.br www.inditex.om www.inditexcareers.com

segunda-feira, 27 de abril de 2020

PAPEL DO LIDER EM TEMPO DD CRISE

Oi, Boa noite!!!!! Tudo bem?

Em meio a este período conturbado de crise na área da saúde, muitos profissionais consegui ram mudar o seu regime de trabalho para o home office, fazendo o seu escritório em casa. Mas como liderar uma equipe em trabalho remoto? Quais os desafios?

O papel de um líder é criar um ambiente motivador, estimular o colaborador a se autodesenvolver e crescer no ambiente corporativo. Ele deve empoderar o colaborador para que saiba tomar decisões apropriadas, sempre dando um feedback positivo e construtivo no momento da ação, mostrando o que foi feito em acordo às expectativas e o que não foi feito.

Em caso de liderar a equipe em trabalho remoto, o líder tem o papel de ser mais provocador.  Motivação e Gestão de Equipes, está inserido no planejamento da “Liderança e Gestão Estratégica de Pessoas”, gerir uma equipe em trabalho remoto e obter resultados é totalmente possível. Podemos enumerar alguns passos a serem tomados pelo líder neste processo:

1 – Trabalhar por projetos, estabelecer metas e prazos a serem cumpridos;

2 - Saber trabalhar bem a gestão do tempo;

3 - Fazer reuniões em equipe e individualmente, estando presente por meio de instrumentos adequados: Zoom/Skype/Trello/Duo, entre outros;

4 – Delegar atividades;

5 – Respeitar horários, não fazer contato em horários incovenientes;

6 – Fazer avaliação de desempenho da equipe, com cuidado para não expor o colaborador, e fazer avaliação individual;

7 – Dar voz às pessoas.

Conhecendo a sua equipe, sabendo as expectativas e competências de todos, o líder obterá bons resultados, encorajando-os com novos desafios e oportunidades.

Luiz Nelson-Gestão em Logística

SMART WORK - MODELO ATUAL DE COMPRAS

*SMART WORK: O MODELO DE TRABALHO ATUAL PARA ÁREA DE COMPRAS* 

O modelo de trabalho atual diante da COVID-19, com foco em produtividade, está ganhando espaço. O Smart Work se resume na satisfação profissional e na qualidade de vida. Com ele, aprendemos a gerir o trabalho de maneira inteligente, utilizando um ótimo planejamento e as tecnologias para minimizar os desgastes físicos e mentais. Parece difícil, mas não é! Veja as dicas que separamos para você:
 *1. Respeite seus limites:* Não deixe que o trabalho te consuma. Você tem que dar atenção a sua vida profissional, mas precisa de momentos de prazer e descanso na mesma proporção. Isso é saudável!
 *2. Se planeje:* Seja flexível! É preciso muito planejamento para ser produtivo, por isso anote as atividades profissionais que você precisa fazer, mas não se esqueça do tempo de descanso e de lazer. Quanto mais você consegue se organizar com o trabalho, mais tempo você terá para sua vida pessoal.
 *3. Descubra a melhor forma para você trabalhar:* Algumas pessoas preferem escutar músicas, outras rendem mais no silêncio; umas são mais focadas de manhã, outras no final de tarde. Entender qual é a melhor forma para você trabalhar e qual é seu pico de produtividade é muito importante, pois assim você consegue explorar o máximo de suas capacidades, sabendo como e quando seu trabalho é melhor executado.
 *4. Grande aliada:* Utilize novas tecnologias! Existem muitas ferramentas que podem ser aplicadas para melhorar sua rotina profissional, como gerenciador de tarefas e medidor de tempo com foco em execução de atividades.
Não se esqueça: o trabalho deve ser realizado da melhor maneira possível, tanto para o profissional quanto para o responsável. Por isso, repense a forma como você está guiando suas atividades, coloque em prática as dicas acima e seja feliz!

Luiz Nelson-Gestor de Compras

segunda-feira, 20 de abril de 2020

CRISE DO CORONAVÍRUS NA LOGÍSTICA E NA ECONOMIA

CRISE DO CORONAVÍRUS NA LOGÍSTICA E NA ECONOMIA Publicado em 20 de abril de 2020 A Pandemia, Coronavirus (Covid-19) e a recessão, esta afetando a econômica mundial, e o Brasil passa por essa realidade em muitos segmentos, em todas as áreas de atuação. Contudo, a logística está em uma posição singular neste contexto, já que é considerada uma das áreas chave no controle dos impactos da crise e para a retomada do crescimento. E isso cria um cenário de valorização do profissional de logística. Raulzito, que afirmava ter nascido há dez mil anos atrás, em seu sétimo álbum; o dia em que a terra parou, de 1977 (43 anos atrás), profetizou sobre o tempo que estamos vivendo, através da música que leva o mesmo nome do seu álbum O Dia em que a Terra Parou: “Essa noite eu tive um sonho, de sonhador, Maluco que sou, eu sonhei… Com o dia em que a Terra parou (ôô), com o dia em que a terra parou (ôô)… …foi assim: “No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro, resolveram que ninguém ia sair de casa, Como que se fosse combinado em todo o planeta, naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém” … A música, que voltou ao topo das playlists tupiniquins, impressiona por tamanha assertividade profética. Caos na saúde X Caos na economia No Brasil e em outros países do mundo, entre eles algumas superpotências, as notícias sobre o caos na saúde e uma recessão econômica ainda sem precedentes, ganham os jornais, as redes sociais e as conversas em volta das mesas. Em casa, claro. Uma crise nunca vista O Coronavírus afeta diretamente cadeias globais de suprimentos, paralisa atividades, abala bolsas e interrompe a produção. Importação e exportação de cargas Acordos comerciais Turismo Agronegócio Vendas on-line Transporte rodoviário Com setores produtivos em queda e lojas físicas fechando, o transporte de cargas é imediatamente afetado. Nesse cenário a logística dos transportes enfrenta dois extremos: 1. Alta demanda nos segmentos considerados essenciais 2. Baixo ou zero volume nos setores considerados “menos essenciais” Ainda não passamos pelo pior Com a alta de dólar, quedas e instabilidade das bolsas, os preços na ponta sofrem variações. Influenciando diretamente no consumo. A desaceleração do consumo é gigantesca e tende a aumentar. Se colocarmos em perspectiva as datas sazonais como páscoa, dia das mães e namorados, somada as perdas já acumuladas até aqui, talvez consigamos ter um vislumbre do que está por vir. Algo catastrófico que gerará dezenas de milhões de desempregados. Como vamos (Nós profissionais de tdas as áreas) reagir a isto!!!!!! Grato Luiz Nelson - LN-Assessoria & Consultoria Empresarial lucane50@hotmail.com