quarta-feira, 29 de maio de 2013

29.05.2013

"Todo filho da raça saxônica é educado para desejar ser o primeiro. Este é o nosso sistema; e um homem mede sua grandeza pelos arrependimentos, invejas e ódios de seus concorrentes."

sábado, 25 de maio de 2013

12 Líderes ou 5 Ministérios?

12 Líderes ou 5 Ministérios? - Efésios 4 Pr. Luiz Nelson É indiscutível que os 12 homens escolhidos por Jesus viveram o propósito ministerial para o qual foram designados. Seguramente, os mesmos receberam a incumbência de difundir o evangelho do Reino nos primeiros passos da igreja aqui na terra. Os evangelhos estão recheados da visão de Cristo para seus 12 primeiros discípulos: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. Em outras palavras Jesus nos instrui a gerarmos pessoas que reproduzam na vida o caráter de Jesus e que tenham paixão pelo próximo, desejando que cada um seja salvo pelo poder do Nome de Jesus. Esta ordem continua ressoando em nossos ouvidos e inflamando nossos corações até os dias de hoje. Algumas denominações instituem 12 líderes como cargos ministeriais de cobertura da igreja que é um modelo eclesiástico a ser seguido. Porém, a bíblia não instrui que separaremos 12 homens, antes, o próprio Deus concedeu a sua igreja 5 Ministérios distintos os quais são a base vocacional para a vida da igreja. O que faz a diferença, portanto, não são 12 líderes, mas sim se estes 12 estiverem encaixados dentro da vocação para a qual foram chamados. A instrução bíblica para os 5 ministérios encontra-se em efésios 4. Abra sua bíblia e leia atentamente o texto, e por favor, caminhe comigo sobre estas águas acompanhando este raciocínio revelado. Aqui fica evidente que não estamos falando de cargos ou títulos e sim de um chamado específico. Este princípio bíblico nos leva ao cumprimento de três conseqüências espirituais para a igreja: O primeiro tópico trata-se do Aperfeiçoamento dos Santos que está ligado ao aprimoramento espiritual dos membros, o Desempenho do Ministério que está ligado a performance de cada chamado.O segundo tópico, creio que ainda estamos muito ligados a posições hierárquicas e não a chamados vocacionais. Faço menção aos diáconos, presbíteros, obreiros como um todo: tesoureiros, porteiros, zeladores, intercessores, levitas na música, na dança, e nas artes, todos são sacerdotes sim. Portanto, nem todos são apóstolos, profetas, mestres, evangelistas ou pastores. Conheço unção apostólica sobre pastores e até mesmo de evangelistas, mas jamais vi alguém ser ungido a profeta ou mestre. Todos são ungidos a Pastor, e aqui eu faço honra a este importante ministério, mas é que este rótulo pode esconder e abafar a vocação se estiver sobre alguém que não foi chamado para o pastorado. E o terceiro tópico trata da Edificação do Corpo de Cristo, isso fala da estrutura básica de uma igreja como sendo o meio de locomoção de Jesus na terra. Estes fatores nos levarão a plenitude de uma igreja segundo o coração de Deus pois fluiremos em Unidade da fé, sem competições, visões bloqueadas, estagnação, isolamento e individualismo. Pois sabe porque isso acontece em algumas igrejas? É simples: Ministérios desencaixados! São mestres tentando ser apóstolos travando o ensino e não conseguindo cobrir outros líderes, pastores sendo profetas e isso é perigoso, um profeta tem uma palavra de confronto e talvez não saiba colocar a ovelha no colo e curar suas feridas, e tem até evangelista preso entre 4 paredes de uma igreja, o povo até vibra com ministrações eloqüentes mas não é apascentado. Chegaremos ao Pleno conhecimento do filho de Deus pois haverá uma revelação clara de quem Jesus é e daquilo que Ele espera de seus seguidores. E por fim chegaremos ao que mais almejamos: A maturidade espiritual alcançando a Estatura de varão perfeito. Engraçado que nenhuma das conseqüências vindas do cumprimento desta lei prometem crescimento quantitativo. Se você observar, cada eixo prometido libera uma palavra de crescimento qualitativo, o número de pessoas, será apenas uma conseqüência de uma igreja que vive o que prega e que de cara denuncia que tem caráter o caráter de Jesus. É fácil entendermos os 5 Ministérios, eles literalmente cabem na sua mão: O pastor é aquele que cuida da ovelha e a conduz. O Mestre a ensina com treino e disciplina, o Evangelista busca ovelhas perdidas e novos rebanhos atraindo-as para perto de si, enquanto o Profeta lhes aponta a direção dos melhores pastos verdejantes, lhes avisa das mudanças climáticas de acordo com cada tempo e estação. E o Apóstolo, bem, certifica-se de que cada um tem cumprido bem seu papel, pois, flui através de todos com milagres, missões e palavra. O Apóstolo é quem recebe a visão e a constrói em pessoas cumprindo a vontade do Pai que diz: Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O fato é que ministério não é cargo e sim função no corpo! Sejam quantos forem os líderes de sua igreja, o qual seja o modelo por ela adotado, jamais podermos sobrepor os princípios por causa dos métodos. Que independente do número, eles possam ter bem definidos seus ministérios no corpo. Os 5 Ministérios existem para nos levar a plenitude em Deus e para nos guardar de falsos ensinamentos e doutrinas como trata o v.14 do capítulo em questão. Mas aqui fica um questionamento: Onde você se encontra nos cinco ministérios dentro da igreja do Senhor? E em qual deles você se encaixa? No MEVAM, temos 4 pilares de desenvolvimento ministerial para que você cresça na vocação para o qual você foi chamado. Os cultos para que você cresça em Deus através da Adoração, O Iásis Sharãt - Escola de Ministérios - para que haja crescimento em Deus através do conhecimento, Os Grupos de Convívio crescendo em Deus através do Relacionamento e os Ministérios específicos da igreja onde você pode crescer através do Serviço do Reino. Dentro destes pilares ministeriais você consegue compreender os papéis do Reino de forma simples e caminha seguro para a vocação para o qual foi chamado. Ptr.: Luiz Nelson.....Fliado à Igreja Presbiteriana do Avivamento para África, em Luanda-República Federativa de Angola.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Meditação - 24.05.2013

"Não faça da sua vida um rascunho, pois pode não dar tempo de passar a limpo."

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Meditação 17.05.2013

"Todo filho da raça saxônica é educado para desejar ser o primeiro. Este é o nosso sistema; e um homem mede sua grandeza pelos arrependimentos, invejas e ódios de seus concorrentes."

segunda-feira, 13 de maio de 2013

CURVA ABC......13.05.2013

Curva ABC Tem sido tema de algumas conversas minhas o emprego do “óbvio” na administração. Na verdade, acabamos discorrendo sobre sua pouca aplicação, e por que, mesmo sendo o óbvio, não tem uma utilização sistemática na gestão de empresas, de projetos, de serviços e até na própria logística? Muitas vezes faltam método e bom senso aliados à lógica na análise da situação para o emprego de melhores práticas. Sabemos bem que nem sempre devemos aplicar automaticamente aquilo que nos parecer o óbvio. As receitas clássicas e/ou passadas de sucesso, não garantem o mesmo resultado no presente. Tudo mudou! Mas é importante o conhecimento e o domínio das técnicas consagradas pelos bons desdobramentos que podem resultar. Uma das ferramentas óbvias que mais gosto é a Curva ABC de Pareto. Vilfredo Pareto, economista, engenheiro, sociólogo e político italiano, a partir de seu teorema com o Princípio 80/20 (em 1897), desenvolveu o conceito de se focar o essencial distinguindo-o do trivial (de menor significado no contexto), com base em um modelo matemático. Ele defendia que uma maior incidência de impostos aplicados à classe de maior renda, embora sobre poucos, traria um impacto bem maior na receita total desses impostos. Não entrarei no detalhamento de sua construção. Existe vasta bibliografia a respeito, abordando suas várias aplicações. Importante ressaltar apenas a simplicidade do conceito, uma vez que basicamente é a classificação em ordem decrescente dos valores atribuídos a cada item do universo considerado e sua representatividade percentual em relação ao total. Com os somatórios acumulados desses percentuais (item a item) é formada a Curva. No que diz respeito à Logística de Suprimentos, é muito interessante observarmos a inércia na solução de problemas e na lentidão no desenvolvimento de melhores práticas, pela não iniciativa da aplicação do princípio da Curva ABC. No dia a dia, nos defrontamos com oportunidades de melhoria e procrastinamos no ataque às questões em função do volume de análises e ações a empreender. Nas nossas áreas, necessariamente e sistematicamente temos que (entre outras): Rever e atualizar o design de processos, produtos e serviços; Buscar uma redução no valor de estoque e seu saneamento; Analisar o valor de consumo e equalizar suprimentos e demanda; Efetuar inventários de estoque mais frequentes e melhorar o controle; Rever e ajustar custos e/ou preços dos produtos ou serviços; Discutir com fornecedores (de produtos e serviços) melhores condições e inovações; Dar maior atenção e estreitar relações com os clientes e fornecedores; Avaliar, reduzir ou justificar também os custos fixos e indiretos. Necessitamos de resultados significativos e imediatos! O óbvio é priorizar! Leia mais: Curva ABC (Classificação ABC ou Pareto) Curso: Administração de recursos materiais (SP) Curso: Administração de recursos materiais (SP) Curso: Administração de recursos materiais Curso: Administração de recursos materiais Um ditado diz que para começar a comer devemos ir pelas beiras. A curva ABC nos orienta no que elevar às beiras. Sempre que possível, é interessante ilustrarmos nossos argumentos com histórias reais: alguns anos atrás, eu tinha um sério problema num depósito que administrava. Um problema que já me atormentava por meses e envolvia muitos itens, grandes valores e sérias consequências. Eu via sempre a questão como um todo e não conseguia uma solução satisfatória. Comentando com um amigo, recentemente contratado, ele fez a pergunta clássica: quais são os itens mais significativos? Vamos iniciar imediatamente por eles, depois a gente trata do resto. Mais de 50% do problema foi resolvido em 2 semanas e, algum tempo depois, todo o restante corrigido. É o óbvio aplicar a Classificação ABC objetivando determinar por onde começar. E isso, em função da representatividade de cada elemento envolvido com base na unidade de medida estabelecida como comum e mais relevante na questão em foco (rentabilidade, faturamento, custo, valor, peso, risco, oportunidade, tempo, distancia etc.). Cabe ainda ressaltar que o mais importante é o conceito da distribuição da Curva. Não é imperativa a relação “80/20”. Em gestão de estoques, por exemplo, são usualmente utilizadas as curvas decrescentes de Valor de Estoque, Valor dos Itens com Baixa Movimentação (ambas para análise e direcionamento da gestão do imobilizado em estoque) e de Valor de Consumo (para orientação da política de suprimentos). Assim, podemos estabelecer parâmetros diferenciados, fugindo à relação 80/20, conforme exemplificamos abaixo: Percentual no Valor Total dos Itens Percentual na Quantidade Total de Itens Itens A 70 % 5 % Itens B 25 % 20 % Itens C 5 % 75 % Neste exemplo: 5% dos itens detêm 70% do valor total, ou seja, se existirem em estoque cerca de 1000 itens diferentes, com um valor total de R$ 1.000.000,00, 70% do valor total do estoque (R$ 700.000,00) concentra-se nos 5% que correspondem aos primeiros 50 itens “A”. Portanto, deverão ter atenção prioritária. Já os 750 itens “C” (75% de 1000) são menos significativos, pois somam apenas R$ 50.000,00 (5% do total) portanto, deverão ser observados após e com menor intensidade que os itens ”B”. Por curiosidade, voltando à origem da Curva de Pareto, um exemplo interessante é o caso da distribuição de renda no Brasil, onde 1% dos mais ricos detinham 13,3% da renda nacional e os 50% mais pobres ficavam com 12,5%. Utilizando o conceito da Curva, se fossem dobrados os impostos daquele 1% mais rico, a metade mais pobre da população poderia deixar de pagar impostos e ainda se arrecadaria mais. A Curva ABC é uma grande ferramenta de orientação. Vamos explorar mais essa linha de aplicação do óbvio, conversando futuramente sobre Matriz GUT, 5W2H, PDCA, Design e Comakership Interno.

Da Logística Integrada à Gestão da Cadeia de Suprimentos 13.05.2013

Da Logística Integrada à Gestão da Cadeia de Suprimentos Durante o período pós-guerra, muitas áreas da pesquisa em gestão de operações e engenharia industrial se desenvolveram de maneira muito acelerada e independentes umas das outras. No entanto, um dos aspectos essenciais da logística é seu papel de integração e coordenação entre fornecimento, produção, estocagem, consumo, transportes, etc. Assim, no final dos anos 60, uma nova visão contrapôs esta abordagem analítica e individual de cada uma destas partes. Trata-se da visão sistêmica, ou visão integrada. A logística integrada se propõe a estudar os sistemas complexos de maneira global, de forma que as relações existentes entre as diferentes partes sejam consideradas, e não se tente otimizar uma parte em detrimento do todo. Na área de logística, esta visão abriu espaço para o planejamento integrado, e este à análise do custo total, que embora pareça muito simples hoje em dia, foi um grande salto para o estudo da logística há 50 anos. A análise do custo total leva em consideração todos os custos que serão incorridos com uma decisão. Por exemplo, pode-se transportar alguns produtos com aviões (pagando muito caro pelo transporte), mas reduz-se o lead time e assim diminui-se o nível de estoque, economizando neste último ponto. Se o custo total for mais baixo com o uso de aviões, então a situação é vantajosa. Com esta integração, apareceu o conceito de gestão da cadeia de suprimentos, no início dos anos 80. Este novo conceito visava levar em consideração não apenas as integrações das atividades logísticas de uma empresa, mas também as integrações com seus parceiros de fornecimento e de consumo (acima e abaixo na cadeia de suprimentos). Esta gestão integrada pode ser vista também como uma extensão natural de diversas filosofias de redução de desperdícios (como o Just in Time e a qualidade total). A gestão integrada da cadeia de suprimentos também visa eliminar desperdícios, garantir um alinhamento mais afinado das decisões e uma melhor coordenação dos fluxos de produtos e de informações entre os diferentes elos de uma rede logística. Diante dos diversos problemas de planejamento observados na logística, os tomadores de decisão se vêem frequentemente com um problema muito maior do que sua capacidade de raciocínio. A quantidade de ligações e a complexidade delas tornam as decisões muito difíceis: para um fabricante, por exemplo, como escolher entre a melhor localização para a fábrica, para os depósitos, as capacidades deles, os melhores modos de transporte, os bons níveis de estoques? Todas estas decisões são claramente ligadas entre elas e deve-se encontrar uma maneira de tomar uma decisão que leve em consideração todas essas variáveis. As soluções com auxílio da matemática e informática são naturais, e assim, podemos dizer que a pesquisa operacional permite aplicar a abordagem sistêmica ao integrar todos os aspectos de um problema num mesmo modelo de decisão. No entanto, é inútil tentar conceber um modelo muito completo se os dados necessários para alimentá-lo não são disponíveis ou se o modelo não pode ser resolvido , mesmo com os melhores métodos e computadores (ainda é o caso hoje em dia para muitos problemas). Leia mais: Gestão da Cadeia de Suprimentos Integrada à Tecnologia da Informação Tendências em Gestão de Cadeia de Suprimentos Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística Gestão da Cadeia de Suprimentos – conceitos, tendências e ideias para melhoria Integrando a logística com a gestão da cadeia de suprimentos A partir do final dos anos 80, vimos que os computadores estavam mais presentes nas empresas, os dados podiam ser obtidos de maneira sistemática e confiável, e softwares mais potentes e amigáveis combinavam modelos mais realistas e algoritmos mais desenvolvidos. Com isso, a logística e o transporte foram as áreas onde a pesquisa operacional teve mais sucesso. O resultado disso é evidente, mas é assunto para outra matéria.

13.05.2013

"Se os ricos fossem tão ricos como os pobres imaginam..."

Perigo a vista para os INVESTIDORES. 13.05.2013

Gafisa: Prejuízo dispara A Gafisa (GFSA3) publicou na última sexta-feira (10) o resultado de suas operações no primeiro trimestre de 2013 (1T13). No período, a companhia viu seu prejuízo crescer 76%, para 55,4 R$ milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, a administração da Gafisa acredita que a companhia possui bons indicadores econômicos. A construtora encerrou o trimestre com R$ 1,4 bilhão em caixa e a geração de caixa consolidada foi positiva em R$ 20 milhões. O endividamento líquido diminuiu para R$ 2,49 bilhões, queda de 19,4%.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

NOVOS DESTINOS PARA SAFRA DO CENTRO-OESTE

Novos destinos para a safra do Centro-Oeste Estradas precárias, longas distâncias, custos elevados, congestionamentos em portos abarrotados. Esse tem sido o panorama do transporte (basicamente rodoviário) de grãos das ricas safras agrícolas do Centro-Oeste. Mas isso vai começar a mudar já na próxima safra, com o crescimento da participação dos modais fluvial e ferroviário. Muita soja que hoje vem para o Sul/Sudeste poderá ser exportada pelos portos do Pará e do Amapá. Não estamos falando só de planos – existem obras em andamento. O que deve mudar no transporte de produtos agrícolas – e em quanto isso pode afetar os transportadores rodoviários – é o que apresentamos nesta reportagem Nelson Bortolin Já na próxima safra, deverá ter início um importante processo de mudanças no transporte rodoviário de grãos em Mato Grosso. A primeira: com a conclusão das obras de pavimentação da BR-163, até Santarém, no Pará, poderão entrar em funcionamento os terminais fluviais paraenses de Miritituba, no Rio Tapajós, inaugurando uma rota rodoviária que tende a crescer muito. Num segundo momento, daqui a uns cinco anos, a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) chegará a Lucas do Rio Verde (MT), novidade que, estimam as autoridades, terá grande impacto no transporte de grãos. Em Campinorte (GO), seu ponto inicial, a ferrovia vai se interligar com a Norte-Sul, permitindo a subida dos grãos para os portos do Maranhão. E espera-se por um terceiro momento, um projeto ainda sem nome, mas que já atraiu a atenção de investidores chineses: uma ferrovia margeando a BR-163 ao longo dos 1.700 km entre Cuiabá e Santarém. Isso afastaria os caminhões do transporte de grãos a longas distâncias. Levar a soja rumo ao Norte é questão de vida ou morte para o agronegócio, tendo em vista o esgotamento da capacidade dos portos do Sudeste e Sul e o desejo crescente de conter custos de frete. A saída “por cima” é mais barata e também representa três ou quatro dias a menos de viagem de navio do Brasil à Ásia, o que torna o grão do Centro-Oeste mais competitivo. Desta vez, parece que o governo está mesmo se mexendo para incluir outros modais no transporte de grãos. Resta saber o quanto eles serão eficientes para concorrer com os caminhões num cenário de sucessivos recordes de produção. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) estima que, em cinco anos, a FICO, a hidrovia a partir de Miritituba e outros projetos hidroviários serão capazes de levar 21 milhões de toneladas de grãos. No mesmo período, a safra deve crescer em 18 milhões de toneladas. No ano passado, a Transportadora Bergamaschi, de Rondonópolis, fez experiências em direção a Miritituba. A falta de pavimento em cerca de 500 km provocou gastos excessivos com pneus, mas o teste foi suficiente para o diretor da empresa, Dirceu Capeleto, ter uma noção do que os terminais graneleiros vão representar. “Vai ser um dos maiores portos fluviais do mundo. Creio que estamos diante de um novo corredor de exportação, sem comparação com outros”, afirma. A Bergamaschi está com toda a energia voltada para explorar a rota. A chegada da Ferronorte (ALL) a Rondonópolis neste ano, apesar da promessa da concessionária de levar muito mais grãos, não deve ter um peso muito grande. Segundo Capeleto, ninguém acredita que a ALL fará grandes investimentos em novas composições. “Esses 200 km de trilhos de Alto Araguaia até aqui foram feitos mais por interesse de movimentos políticos do que por razões técnicas”, acredita. De acordo com o empresário, o terminal, que deve ser inaugurado nos próximos meses, servirá mais para “atrapalhar” a logística. “Se em Alto Araguaia já é o caos, imagine como será aqui. O trânsito de caminhões vai deixar a cidade inteira travada. No mínimo, esse terminal deveria ter sido construído além de Rondonópolis”, avalia. Já a FICO, quando ficar pronta, na visão de Capeleto, vai reduzir bastante a necessidade de caminhões. Mas ele estima que o transporte rodoviário continuará sendo necessário em outra região do Centro-Oeste que não será atendida por essa ferrovia. Trata-se do Noroeste de Mato Grosso, onde pastagens degradadas estão sendo trocadas por soja. Essa produção terá que ser levada aos portos do Pará. Genir Martelli, da Martelli Transportes, afirma que há ainda muito a ser explorado pelo segmento rodoviário em Mato Grosso. Levar a soja até Miritituba representará cerca de 200 km a mais no “tiro médio” dos caminhões, que hoje é de 800 km. “Esta é uma alternativa positiva para nós e para o produtor rural, que terá um frete mais baixo”, afirma. Com a FICO, que ele acredita que só ficará pronta em 2020, a coisa começa a preocupar. “Não tenho receio dos próximos cinco anos”, diz ele. Martelli também ressalta que, apesar de ser inevitável o crescimento dos outros modais, a produção continuará crescendo e precisará ser transportada. Para Cláudio Adamuccio, presidente do G10, de Maringá, o avanço dos outros modais no transporte de grãos é “uma tendência normal e natural”. Ele diz que, no Sul do País, as longas distâncias rodoviárias já são exceções. “Quando começamos, o normal era trazer a soja de Mato Grosso para Paranaguá. Há 10 anos que a gente traz para Maringá (onde é transbordada para o trem)”, explica. Ou seja, viagens de 1.500 km foram substituídas pelas de 500 km ou 600 km. Na previsão de Adamuccio, dentro de poucos anos, 90% das viagens de caminhões serão médias ou curtas.